“Canção para um povo triste” (1969), de Vieira da Silva
1969
A oposição ao regime no município de Ílhavo
Nas vésperas da Revolução
A censura, a falta de liberdade e a repressão eram fatores que impediam os cidadãos de se expressarem e manifestarem contra o regime instituído por Salazar. A oposição era feita clandestinamente, no anonimato, através de mensagens subtis que indiretamente enfrentavam o poder.
No período anterior ao 25 de abril foram diversos os cidadãos que se opuseram ao regime. Um exemplo notável foi o surgimento de sociedades secretas, que se reuniam clandestinamente para discutir questões nacionais e locais. O grupo ""Reviralho"" destaca-se nesse contexto, contando com membros influentes da sociedade ilhavense.
Além dessas formas de oposição, a música de intervenção também se destacou como uma poderosa ferramenta contra o regime.
António Manuel Vieira da Silva, destacado cantautor de intervenção natural de Ílhavo, alcançou notável reconhecimento no Verão de 1969 ao vencer o primeiro Festival de Música Popular Portuguesa, realizado no Casino da Figueira da Foz. Esta conquista projetou-o como uma figura proeminente na cena musical, onde se destacou como uma voz de resistência pacífica contra a repressão do regime autoritário. As suas composições abordavam questões como a opressão política, censura, desigualdades sociais e a guerra colonial.