O 25 de Abril marcou o fim da guerra e o início de um novo capítulo na história do país. Em Albergaria-a-Velha a Comissão de Apoio aos Retornados foi um exemplo importante da solidariedade e do apoio que a comunidade local deu aos retornados.
Um dos motivos que conduziu ao movimento revolucionário do 25 de Abril foi a Guerra do Ultramar. Este conflito inicia-se em fevereiro de 1961 causado, entre outros motivos, por tensões entre ideologias diferentes quanto ao futuro das colónias, pressão no sentido da descolonização e aparecimento de movimento independentistas financiados por forças internacionais. Durante os 13 anos de conflito milhares de albergarienses foram convocados para a guerra, sabendo-se do falecimento em combate de sete militares: o Soldado Manuel Fernando Nogueira da Costa e o Cabo Amândio Jorge da Silva Capela, de Angeja, o Cabo Arménio Almeida Bastos Silva, de Albergaria-a-Velha, o Soldado Fernando Silva Martins Fernandes, São João de Loure, e o Cabo José de Oliveira Tavares e o Soldado Ilídio Ferreira Alves, da Branca, soldado Manuel Fernandes Sequeira, de São João de Loure.
Quando ocorreu o 25 de Abril e após as ações diplomáticas e negociações que terminaram o conflito , cerca de 600 mil portugueses foram obrigados a voltar à metrópole. A estes foi dado o nome de “retornados”: estas pessoas, algumas das quais haviam nascido nas colónias, tiveram grandes dificuldades em encontrar trabalho e a integrar-se na sociedade portuguesa de então. Em Albergaria, espontaneamente é criada uma Comissão de Apoio aos Retornados do Ultramar, para auxiliar, a curto prazo, esta população que havia sido desprovida dos seus bens e para os apoiar num novo início de vida.