Desde cedo, e sempre que as mordaças pairavam no país, Aveiro esteve na fila da frente da luta permanente pela Liberdade. Na esteira da afirmação de Homem Cristo, desde que em 16 de maio de 1828 “um punhado de filhos desta terra ergueu ousadamente o grito da revolta contra o absolutismo, grito que se estendeu a todo o país, Aveiro ficou sendo denominada […] berço da liberdade portuguesa”. Outros nomes antecederam ou sucederam os dos Mártires da Liberdade, executados na Praça Nova (Porto), e cujas cabeças foram colocadas diante da casa dos seus familiares, em Aveiro: José Estêvão, Mendes Leite, Sebastião Magalhães Lima, são apenas alguns.
O I Congresso Republicano do Distrito de Aveiro, realizou-se a 6 de outubro de 1957, no âmbito da comemoração do aniversário da Implantação da República, promovido por Manuel das Neves, Júlio Calisto, Armando Seabra, Manuel da Costa e Melo, Joaquim José Santana, Alfredo Coelho de Magalhães, Horácio Briosa e Gala, Álvaro de Seiça Neves, João Sarabando, João Seiça Neves e Mário Sacramento.
Questões como as liberdades cívicas, a amnistia para todos os presos políticos, a reintegração dos funcionários que haviam sido demitidos, a mudança radical do mundo rural, refém de modos medievais de produção e de vida, a reclamação de uma assistência social digna, o fim da censura, a autonomia sindical, o ensino e a cultura acessíveis a todos, a democracia pluripartidária, entre outras, dominaram o dia de intensos trabalhos.
O II Congresso (1969) traz à cidade mais de 1000 participantes, em mais um sinal de união das oposições.
O retrato realizado no 3º Congresso, em 1973, publicado nos volumes das Teses e das Conclusões, é de tal modo importante que nele muito se inspira o Programa do MFA, cujo principal redator é o Major Melo Antunes e que contou com outras colaborações: “Descolonizar, Democratizar e Desenvolver”, os famosos três “D” anunciados no Congresso de Aveiro por Medeiros Ferreira, foram o mote para o programa do Movimento dos Capitães.