25 Abril

25/12/1974
João Abel Manta, Cartoonista da Revolução
  • Liberdade e Democracia
25/12/1974
João Abel Manta, Cartoonista da Revolução
  • Liberdade e Democracia
A liberdade que o 25 de Abril veio trazer permitiu que a criatividade de diversos artistas se exprimisse no sentido de reforçar os valores e o rumo da Revolução.
João Abel Manta é, reconhecidamente, um autor multifacetado e a quem se deve a autoria de trabalhos emblemáticos do quotidiano político e social da década de 70 do século XX. Oriundos de uma coleção particular, o Arquivo Municipal de Estarreja tem um conjunto de materiais de propaganda política, dos quais escolhemos 2 postais, publicados por iniciativa dos Serviços de Dinamização Cultural do Movimento das Forças Armadas (MFA). Um é quase um ícone de Abril, pois pretende celebrar a aliança entre aquele Movimento e o povo português. Aí se pode ver como o soldado e o camponês empunham, mutuamente, os atributos um do outro, procurando-se evidenciar a igualdade de ambos numa missão que, ao tempo, se entendia comum. É uma imagem largamente reproduzida nos primeiros anos da revolução. Para o Natal de 1974 era criado, um outro cartoon, também reproduzido sob a forma de postal. Neste, e com o traço inconfundível do seu autor, proclamavam-se (e reforçavam-se) as “promessas” de Abril, aqui simbolizadas por “presentes” que os militares – um dos quais vestido de Pai Natal – distribuem às crianças. Desde logo, pelo fim da Guerra Colonial, a promessa de um país em paz, elemento fundamental para o progresso e felicidade das populações. Identificam-se outras prioridades: a descolonização, as eleições livres, o prestígio internacional, a democracia, a liberdade, o direito à greve, a cultura e a assistência. Não podemos deixar de admitir que o MFA deixou um legado único no contexto da revolução dos Cravos, ao permitir, logo após o golpe militar que derrubou o regime, o usufruto de uma liberdade que permitiu a realização das primeiras eleições livres e as complexas negociações com os movimentos independentistas africanos que levaram à emancipação das ex-colónias. O MFA procurou ser o garante das aspirações e interesses da maioria da população portuguesa e esta imagem de propaganda política procura traduzir e enfatizar o papel que o Movimento teve em todo o processo de construção de um país livre, democrático e plural.
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