João Nunes Redondo, a primeira vítima mortal da guerra
A guerra em África (1961-1974) teve consequências devastadoras para a sociedade portuguesa, sendo mesmo apontadas como umas das causas para o golpe militar do dia 25 de Abril de 1974.
O ano de 1961 foi marcado por um conjunto de ações de guerrilha perpetrados pela União dos Povos de Angola (mais tarde Frente Nacional de Angola) e pelo Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA). Este tipo de ação estendeu a outros teatros, Guiné (1963) e Moçambique (1964).
O conflito que se prolongou por 13 anos implicou um esforço de recrutamento massivo, provocou um elevado número de mortos, feridos de guerra e incalculáveis consequências sociais e psicológicas na sociedade da época.
O Município de Ílhavo não ficou imune a este conflito. A mobilização para o serviço militar conduziu muitos dos seus cidadãos para os diversos teatros de operações – Guiné, Angola e Moçambique. O primeiro grande embate com notícias menos felizes chegou, a 1 julho de 1963. O Ilhavense destacou que «Ílhavo teve o seu baptismo de sangue com a morte do furriel miliciano do Batalhão 356, João Nunes Redondo, que no dia 19 de junho foi vítima de um desastre provocado pela explosão de uma mina, na Guiné».
O Estado Português condecorou o militar, a título póstumo, com o Grau de Cavaleiro com a Palma da Ordem Militar da Torre e Espada e promoveu-o a Sargento-Ajudante.