A guerra na Guiné iniciou-se em 1963 com o ataque do PAIGC a Tite e revelou-se o conflito mais difícil para Portugal, culminando na independência em 1973. Ílhavo lamenta a perda de três militares neste teatro de operações.
O PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) adotou formas de luta pacíficas contra o colonialismo português. Porém, a 23 de janeiro de 1963, encetou um ataque ao aquartelamento português de Tite, iniciando assim um período de luta armada. Depois de Angola, Portugal via-se confrontado com a abertura de uma nova frente de combate na Guerra de África.
A Guiné revelou-se um teatro de operações muito complexo. O clima e o terreno que limitavam muito as práticas convencionais das Forças Armadas Portuguesas; o PAIGC, que concentrava quase todas as forças de oposição ao colonialismo português na região, revelou-se um movimento bem organizado, com o apoio internacional que providenciavam, entre outras, formação adequada dos seus quadros, fornecimento abundante de armamento, com destaque para os misseis terra ar Strela, que no final da guerra conseguiram neutralizar a aviação portuguesa. Além disso, as estruturas políticas de colonização nunca tinham conseguido conquistar a população daquele território.
Se em Angola e Moçambique se podia considerar que a guerra se encontrava num impasse, na Guiné a situação provou ser bem diferente para as forças portuguesas, a derrota era inevitável. Aliás, em setembro de 1973, o PAIGC declarou unilateralmente a independência da Guiné, que foi reconhecida por 82 países. Portugal reconheceu a emancipação do território em setembro de 1974.
No teatro de operações da Guiné, o Município de Ílhavo tem a lamentar três mortos combate. O Furriel João Nunes Redondo, pereceu a 16 de junho de 1963, com 26 anos. O Soldado Alfredo da Silva Amaral, faleceu a 27 de agosto de 1970, com 20 anos. O Furriel José Manuel Agualusa da Rocha faleceu a 18 de março de 1974, com 22 anos.