A Guerra Colonial, iniciada em 1961, levou muitos portugueses a combater em Angola, Moçambique e Guiné, sendo vista pelo Estado Novo como uma “missão de soberania”. Em Ílhavo, este período deixou marcas na toponímia e no luto por três militares falecidos em Angola.
A eclosão da Guerra em África, no ano de 1961, levou muitos portugueses aos diversos teatros de operações nas então Províncias Ultramarinas - Angola, Moçambique e Guiné.
A propaganda do Estado Novo difundia que os militares em serviço no Ultramar realizavam uma “missão de soberania” e lutavam contra “terroristas” que atentavam contra a integridade da Pátria.
Durante o Estado Novo, e como forma criar uma ligação com os territórios ultramarinos e a metrópole, atribuíram-se diversos topónimos relacionados com figuras e locais que evocassem o contexto colonial português. Muitos destes topónimos surgiram também como uma forma de homenagem aos militares que participaram no esforço de guerra.
O Município de Ílhavo não foi alheio a este período da História Portuguesa, que continua marcado na toponímia de muitas cidades. Na Gafanha da Nazaré encontramos a Rua Heróis de Angola, uma forma de lembrar todos os militares que naquele território cumpriram o serviço militar.
Só no ano de 1965, a secção de Ílhavo do Movimento Nacional Feminino identificou 62 ilhavenses a combater em Angola e a quem tentaram apoiar com o envio de alguns presentes na época de Natal.
Durante toda a Guerra de África, no teatro de operações de Angola, o Município de Ílhavo tem a lamentar 3 mortes. O Furriel João Paulo Castro Corujo, o Furriel Manuel Mário Rodrigues Barata e o 1.º Cabo José Ramos Casqueira.
O Furriel João Paulo Castro Corujo pereceu aos 23 anos de idade, a 21 de dezembro de 1974. O Furriel Manuel Mário Rodrigues Barata, piloto-aviador, faleceu com 22 anos, a 3 de setembro de 1973. O 1.º Cabo José Ramos Casqueira, natural da Chave, faleceu com 21 anos, a 29 de janeiro de 1963.