Humberto Rocha, filho de António João da Rocha e de Maria das Flores Oliveira Silva, nasceu a 27 de abril de 1939 na Gafanha da Nazaré, local onde atualmente reside com a sua mulher, Florinda Fernanda Monteiro Rocha.
A partir dos 7 anos de idade, começou por frequentar a Escola da Chave, na Gafanha da Nazaré, terminando aí o ensino primário oficial. Seguiu posteriormente para Aveiro, para o Liceu José Estevão e depois para o novo edifício do Bairro do Liceu, onde frequentou e terminou o Curso dos Liceus em 1957, na Secção de Ciências. Nesse mesmo ano, realizou o Exame de Aptidão à Universidade de Coimbra, ingressando no Curso de Medicina – realização de um sonho que tinha desde criança.
Enquanto estudante de Medicina na Universidade de Coimbra, fez parte da mesa de honra da campanha eleitoral do General Humberto Delgado, com os advogados da oposição, Dr. Manuel das Neves e Costa e Melo, no Atlântico-Cine-Teatro de Ílhavo, a 3 de junho de 1958. Por essa altura, grande parte dos estudantes posicionavam-se já contra o regime e eram conhecidos por participarem neste tipo de atividades com grande dedicação e entusiasmo, que fervorosamente transmitiam ao público que aí se encontrava. A sua presença na sessão de apoio ao General Humberto Delgado acabou por lhe trazer problemas. Apesar de nunca ter sido preso, revelara que sempre se sentiu, de alguma forma, vigiado e, aquando da votação, estava riscado dos Cadernos Eleitorais.
Concluiu a Formatura em 1964 e no ano seguinte veio exercer Medicina para a Gafanha da Nazaré, depois de um estágio nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Especialista em Clínica Geral desde 1983 e Chefe de Serviço de Clínica Geral desde 1969, esteve ainda mobilizado durante a Guerra do Ultramar, em Angola, de 1967 a 1969, desempenhando funções de Médico Militar Miliciano, condecorado posteriormente com a Medalha das Expedições e Campanhas das Tropas Portuguesas.
Quanto à sua carreira política, ficou inicialmente marcada pelos acontecimentos que levaram à queda do Estado Novo e à transição para a Democracia. Iniciando o seu percurso antes da Revolução, a convite do Governador Civil de Aveiro, Francisco Vale Guimarães, foi nomeado pelo Ministro do Interior para Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, nos alvores de 1974. A Revolução de Abril que se seguira, ditou que muitos presidentes e vice-presidentes instituídos durante o Estado Novo fossem pressionados a demitirem-se dos seus cargos. No caso de Ílhavo, tal não se verificou. Apenas com a entrada em vigor do Decreto de Lei n.º 236/74, a 18 de junho de 1974, que obrigava à dissolução de todos os corpos administrativos do anterior regime, nomeando-se novas comissões executivas aliadas ao programa do Movimento das Forças Armadas, é que Humberto Rocha se viu destituído de suas funções.
Contudo, não deu a atividade política por terminada. Logo após as primeiras Eleições Livres, foi eleito Presidente do Conselho Municipal, cargo que desempenhou em sucessivas reeleições até à extinção desse órgão, em 1985. Foi também Presidente da Comissão Política Concelhia de Ílhavo, de 1991 a 1999; Membro do Secretariado da Federação Distrital de Aveiro, de 1999 a 2010; Membro da Comissão Política Distrital, igualmente de 1999 a 2010; Membro da Comissão Política Nacional, de 2004 a 2007 e Candidato nas Listas de Deputados à Assembleia da República, nas eleições de 1999 e 2004, todos pelo Partido Socialista (PS). Da sua vasta carreira política, destacam-se ainda o desempenho de funções de Vereador Municipal, alcançando também a Presidência da Câmara Municipal de Ílhavo, entre 1994 e 1998.
Contabilizando um total de cerca de 30 anos ao serviço dos munícipes, foi condecorado, no Feriado Municipal de 2024, com a Medalha do Município de Ouro, pela Câmara Municipal de Ílhavo.