50 anos do 25 de Abril na Região de Aveiro

Mário Sacramento, médico dos pobres e defensor da Democracia
  • Nas vésperas da Revolução
A vida de Mário pelo seu neto Vasco Sacramento
Mário Sacramento, médico dos pobres e defensor da Democracia
  • Nas vésperas da Revolução
O ilhavense que deixou o apelo: “Façam o mundo melhor, ouviram? Não me obriguem a voltar cá!”
Mário Emílio de Morais Sacramento, filho de Artur Rasoilo Sacramento e Rita Morais Sacramento, nasceu em Ílhavo a 7 de julho de 1920. Concluída a instrução primária em Ílhavo, seguiu, em 1931, os estudos no Liceu de Aveiro, espaço onde começou a demonstrar não só um grande talento para a escrita como também os seus ideais democráticos, dirigindo, em 1935, o jornal dos estudantes do Liceu José Estêvão – A Voz Académica – publicação que acabou por ser interrompida pelas autoridades. A ideias expostas nas suas redações, inconformistas e pacifistas, e ainda a proximidade com diversas personalidades antifascistas e jovens carenciados, levaram à sua prisão pela PIDE em 1938, com apenas 17 anos, passando uma semana preso no Porto. Mais tarde, durante a sua passagem pela Universidade, tornou-se militante do Partido Comunista Português (PCP), tendo ainda integrado a comissão central da organização da juventude do Movimento de Unidade Democrática (MUD). Pautando-se pela luta democrática, a prisão fora uma constante ao longo da sua vida. Para além do seu primeiro encarceramento, fora novamente preso em 1953, 1955 e 1962. Em 1965, viajou até à Itália, marcando presença no Congresso de Escritores Europeus, em representação da Sociedade Portuguesa de Escritores, aproveitando a ocasião para divulgar a causa democrática em Portugal e recolher apoios. Ao redigir o seu “testamento político”, em 1967, expressava o desejo de ver o país a transitar para a Democracia. No entanto, acabaria por falecer em Aveiro aos 48 anos de idade, vítima de um derrame cerebral, a 27 de março de 1969. Ainda assim, não partiu sem antes deixar um apelo às gerações futuras, dizendo: “Façam o mundo melhor, ouviram? Não me obriguem a voltar cá!”.
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25 Abril:
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