Após abril de 1974, o poder local em Portugal passou por profundas transformações, com a descentralização do poder e a eleição democrática de autarcas. Novas políticas municipais surgiram, promovendo participação cívica e o desenvolvimento local. Ílhavo também foi palco de mudanças.
Os órgãos autárquicos
O Golpe Militar de 25 de Abril de 1974, operou nas instituições autárquicas várias mudanças, embora não tão céleres quanto se poderia esperar.
Em Ílhavo, no rescaldo deste acontecimento, a Câmara Municipal manteve a sua estrutura inalterada. O Presidente da época era Major Luís de Almeida Bettencourt Viana.
Pela leitura das atas municipais, só a 5 de julho de 1974, assumiu funções uma Comissão Administrativa liderada pelo vereador mais antigo – José Cândido Ferreira Jorge, que já tinha integrado anteriores executivos.
Os trabalhos continuaram sem grandes sobressaltos, sendo que a primeira referência feita a uma mudança política no país, teve lugar na sessão de 17 de maio. Nesta sessão foi lida uma carta de Senos da Fonseca, conhecido pelas suas posições políticas contra o Estado Novo, que solicitava que fossem atribuídos novos topónimos a arruamentos como a Avenida Marechal Carmona ou Avenida Salazar.
A Comissão Administrativa manteve-se até 25 de novembro de 1974, época em que foi nomeado para liderar a edilidade Nélson Fontes Ribeiro.
A 12 de dezembro de 1976, tiveram lugar as eleições para os órgãos das Autarquias Locais. Ato que se revestiu de grande importância visto que dele resultaria o primeiro executivo autárquico democrático.
No início do ano de 1977, tomou posse o executivo liderado por Manuel São Marcos Simões.