O Estado Novo procurou defender e difundir os valores de um Portugal pluricontinental e fomentar a legitimidade sobre as antigas províncias ultramarinas.
Numa das visitas do Ministro das Obras Públicas, Rui Alves da Silva Sanches e do Governador Civil do Distrito de Aveiro, Francisco José Rodrigues do Vale Guimarães ao Município de Oliveira do Bairro, cuja data estimada se situa entre 1968 e 1974, é visível a realização de uma cerimónia institucional na Sala Nobre do anterior edifício dos Paços do Concelho, onde se situa atualmente a Biblioteca Municipal. Nas paredes da sala, como usual em todos os edifícios públicos, consta um baixo-relevo da figura tutelar de António Oliveira Salazar.
As marcas da história e propaganda colonial estão também presentes nos Paços do Concelho, com a afixação de posters intitulados “Portugal – Imagens de Angola”, editados pelo Centro de informação e Turismo de Angola (CITA), onde constam imagens e notícias das Províncias Ultramarinas em África. Em especial, com o eclodir do conflito armado em Angola, a partir de 1961, nota-se o reforço da propaganda oficial em torno da defesa dos territórios do Ultramar. É ainda visível a predominância da presença masculina nas fotografias oficiais, em especial as que retratam cerimónias, considerando-se que a mulher teria, como papel prioritário, o bom governo do lar em consonância com o papel diminuto que lhe era atribuído na ordem social da época.